sexta-feira, 22 de setembro de 2017

IMPULSOS

 Precisei te calar, no fogo, queimando minha mão, ali me mordendo, meu instinto de sobrevivência, de amor, meu "feitor de voltar 3 casas atrás". Lutamos todos os dias contra isso, essa nossa coleira imaginária que nós mesmos amarramos em nossos pescoços, o que é certo e errado. Porque em parte é isso que nos segura pra não atravessarmos uma avenida cheia de carros, ou largar tudo e ir morar no Japão sem um puto no bolso. (coisas diferentes mas, nesse mesmo contexto)
 O que o seu instinto tá te dizendo agora? Que vai dar tudo certo? Ou que vai dar tudo errado? Que você vai ter que recomeçar?
Quantas vezes você teve que fechar os olhos e não quis sentir?
Vê que não é fácil. Simplesmente só pode dizer que é...é. Desejo força pro seu maremoto de cada dia, pro seu instinto que insiste em virar-te a cabeça costurando vários pensamentos nos lugares errados.
E apesar de todo esse caminho de pedras, jamais perca sua essência.

Abraços de Luz, Lara.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Sobre tudo e todos.

 Bom, primeiro acho que devo me apresentar. Meu nome é Larissa mas pode me chamar de Lara. Faz um bom tempo que minha amada Paula me acrescentou à página e só agora que venho fazer a primeira postagem e espero que seja a primeira de muitas. Eu fiquei sem ideia sobre o que escrever, minha mana escreve tão bem e eu meio que viajo e falo muita asneira. Mas, vamos lá.

Essa semana me veio uma única questão na cabeça: relações interpessoais. (Mas pera Lara, você vai dar um nó na cabeça dos leitores!) Calma ae! É um pouco mais simples do que você pensa.
Pergunta: Qual foi a última vez que você dedicou seu tempo à uma pessoa que você ama? Assim, não digo coisas como mandar fotinha de bom dia no whatsapp, nem de mandar aquele 'oi' seco por pura obrigação. Estou falando de uma boa conversa pessoal, uma boa análise da vida junto de quem você ama, um papo falando de como vão as coisas, dar aquele abraço apertado pra dizer que ela significa algo, doar um pouco de vida fazendo que seu tempo mude um pouco daqueles dias amargos de quem os estiver vivendo, ligar pra quem você deixou de falar por pura bobagem e pedir perdão. Ninguém sabe o quanto tempo vai ficar por aqui e ninguém sabe quando vai ser a última vez de ver aquele amigo ou familiar. 
  Eu peço que uma vez ao ano pelo menos, você tire 5 minutos do seu tempo perdido olhando o facebook, que aliás, não dá futuro pra ninguém, e dedique a alguém que você ama.
A saudade só é bonita na poesia mesmo, por dentro ela machuca e não quero que você sinta sem necessidade. O que vai ficar quando você não tiver mais quem você ama? Arrependimento? Frases como: 'Eu devia ter, eu queria ter' ? Gente, o tempo não volta. NÃO OPTE POR ESSAS PALAVRAS NO PASSADO! 
  E isso tudo que estou falando é só uma simples questão de amor. Amor próprio, amor ao próximo e amor à nossa vidinha injusta. Que você seja sempre capaz de amar mesmo quando estiver chovendo sobre sua cabeça, mesmo quando a tempestade estiver só em ti. Família é o que fica quando todos vão embora, amigos verdadeiros também são família. 
 Então pessoa, ainda dá tempo de consertar velhos erros e velhas escolhas. Ainda dá tempo de resgatar quem você ama. E se você acha que não vai conseguir, meu caro, você nunca vai descobrir se não tentar.
Se joga, abraços de luz e boas festas!
Lara.



terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Das tradições de cada um

Todo o planeta tem sua tradição natalina... ok! Super compreendo.
Pro mundo todo dia 31 de dezembro é dia de refletir e decidir o que se quer mudar, dia 24 de dezembro é dia de celebrar isso ou aquilo... mas, ao longo dos anos, instituí minha própria tradição de fim de ano instituindo o dia 13 de dezembro, como o dia de dar um brake no hohoho.
De que nos vale ter um mês de “hohoho” e “best wishes”, se retomamos toda a lavagem da vida em janeiro?
O fato, meus caros, é que não sou um grinch e não pretendo estragar o natal de ninguém. Por isso mesmo o dia 13... dá tempo de digerir tudo e ainda começar um planejamento real de “hohoho” e “best wishes” a perder de vista.
Mas vamos lá... todo ano, no dia 13 eu falo um pouco das coisas que são mas não deveriam ser. Este ano tenho mais disso pra falar do que nos anteriores, dadas as cenas que andei presenciando. No entanto, este ano é o que eu menos tenho vontade de falar. Todos vocês já sabem o que penso sobre o longo período que se estende da prévia do verão ao fim do carnaval em que os brasileiros se tornam autômatos, quase zumbis, deixando de prestar atenção no que de fato faz diferença... é um quarto do ano em que estamos ocupados demais em festejos pra prestar atenção na vida real. Mas ela não espera por nós... ela segue! Quem tem fome continua com fome, quem tem dor continua com dor e nós, bem, estamos ocupados em um torpor estranho que leva a uma condição quase bestial. Sim. Não foi figura de linguagem. Se o que nos diferencia dos animais é a condição de percebermos o mundo ao nosso redor e teorizarmos o que segue adiante na linha do tempo, de forma a sermos capazes de empreender e planejar a vida de formas mais seguras e produtivas, o que nos faz diferentes dos animais neste 1/4 de ano quando optamos por não pensar, não querer, não planejar ou perceber nada?
O que me perturba não é a capacidade de vivenciar o momento... é que esquecemos a habilidade multitarefa que nasce conosco e abstraímos todo o resto!
Não pensem que isso é uma visão amarga ou pessimista de alguém sem espírito natalino... Não é amargor nem desistência... afinal, se tivesse desistido de fato, não estaria aqui a bradar, todo santo dia 13/12 ACORDEM! Enquanto vivemos a letargia das festas o congresso se ocupa de ratos que devoram nosso futuro e mudam os direitos que você TINHA! ACORDEM! Enquanto vocês curtem o jingle bells, milhares de mulheres, crianças, homossexuais, negros, indígenas e deficientes tentam sobreviver sem muitas chances na Jungle Real... E se depois de tudo isso não acordaram... bem.... eu tenho complexo de Pollyana.... e estarei aqui pra gritar PAREM DE HOHOHO no ano que vem....
Feliz natal e, que nenhum de vocês precise de aposentadoria ano que vem!

sábado, 14 de maio de 2016

Não fiz 1988 e 1992 pra reviver 1964!

Havia prometido a mim mesma não tornar a me envolver na questão política nacional...
Mas, diante do cenário atual, o silêncio é um execrável ato de conivência e participação em um momento histórico de retrocesso e entrega à vilania.
A extinção do MinC, a iminente desconstrução das políticas de incentivo do Mec, as ações de desconstrução de projetos como o Minha Casa Minha Vida, que teve ontem o anúncio de reajuste absurdo e extremo nas parcelas que deram, depois de muita luta, o direito à moradia a milhares de famílias ao longo do país... Todos os retrocessos em todas as setoriais (mulheres, negros, lgbt...) são coisas tão inadmissíveis quanto a absurda cassação da soberania do coto popular conquistada a duras penas por gerações de guerreiros que não calaram mesmo diante da morte para nos garantir a soberania sobre o país que ERA nosso até dias atrás, sob falsos pretextos , nos submetendo à situação de vermos nosso país refém de um pseudo governo ilegítimo que é igualmente refém das próprias armações, o que fica claro na fala de Zezé Perrella (PTB-MG) durante pronunciamento no plenário do Senado, que descaradamente chantageia o arremedo de presidente que temos hoje instalado no Palácio do Planalto, sob a ameaça nada velada de "Temer precisará ser cuidadoso na articulação com o Congresso para não correr o risco de perder o posto na votação definitiva do julgamento de Dilma no Senado" - em que serão necessários dois terços dos votos para garantir o impedimento da presidente e ainda que ""Eu espero que ele tenha sensibilidade para fazer o contrário do que a Dilma fez". 
Ora vejam.... se isso não é chantagem aberta e declaração pública de inocência de Dilma Roussef, não sei o que seria...
Meu avô dizia: "Para bom entendedor, risco é Francisco!" E isso pra mim, que ainda me julgo boa entendedora, Francisco de souza Santos Xavier Abreu e Braga!  
Não dá pra não ler: "Você não é presidente e é bom nos obedecer ou cortamos sua cabeça!"
Isso vindo de um dos envolvidos no escândalo do HELICOCA em 2013!!!

Mais deprimente que a não percepção deste patético acentuado, é não perceber que as falas em cima do muro como a de FHC que "ameaça deixar o governo" são ainda mais execráveis! Isso pra não citar a composição ministerial que mais parece bloco do TV Pirata!

Enfim.... Resta a indignação, a promessa de não silenciar diante do absurdo e de JAMAIS ser conivente com essa reedição barata do GOLPE de 64...
Que a luta não cesse, que o povo não cale... Que a democracia prevaleça SEMPRE!

O TEMPO E AS JABUTICABAS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados,
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena.
Rubem Alves

Trocadilhos

João amava Maria que amava, que amava que amava e que não amava ninguém... todos os dias esta história fica mais presente e mais usual ao nosso redor...
O ser humano é um bichinho inacreditavelmente volúvel, indeciso e sempre apegado a coisas que já se foram e que ja não deveriam fazer sentido... É inacreditável o quanto é muito mais interessante pra tantas gentes o que se passa no mural (e na vida...) da ex namorada que na da atual... Pq essa curiosidade mórbida que envolve tão arraigadamente os teus o interesses a ponto de vc se importar mais com o que ja não é do que com o que certamente vai acabar querendo deixar de ser por falta da atenção que despensas ao que já não é teu? Gente.... ta na hora de começar a olhar com mais carinho pro presente pra quem sabe conseguir olhar com mais interesse e, quem sabe, um pouco de esperança para o futuro....
Trocadilhos de nomes, de tempo e de espaço... está na hora de parar pra dar valor ao que realmente importa, no tempo que realmente importa e, talvez assim, construir uma vida que valha a pena olhar com o brilho desejoso nos olhos e que faça de seu coração um farol de esperança....

domingo, 24 de abril de 2016

Relicário de uma tempestade... um eu de retalhos...

Dias atrás, minha tia me fez uma pergunta...
Confesso que meus processos de reflexão diária acabam tendo interferência das coisas do dia, como é usual...
Me vendo às voltas com mensagens e conversas com pessoas diferentes, de épocas diferentes da minha vida, ela me perguntou:
"Filha, você coleciona pessoas?"
A resposta foi imediata e, neste momento, irrelevante... mas plantou uma semente filosófica de interpretação de quem sou e do que me caracteriza...
A conclusão?
Sou escritora, oras!
Coleciono histórias!
E sei que as histórias só valem ser contadas quando guardam algo digno de nota... e como fui agraciada com coisas, momentos, fatos, feitos e gentes dignas de nota!
No mesmo dia alguém disse que não responderia uma pergunta minha para não acabar se tornando um personagem da minha escrita em algum conto perdido por aí...
O fato é que, de fato, não escrevo sobre fatos,(nem aqui a liberdade poética de uso da linguagem me abandona...) nem conto histórias de pessoas que conheço ou coisas que vi... mas as histórias que coleciono se mesclam de uma forma tão livre que acabam sim criando um imaginário rico e pleno de cada um que cruzou meu caminho...
E que caminho!
Tenho guardado neste relicário que sou eu mesma, histórias de amor, de amizade, de dor e de mágoas... histórias que vivi, histórias que presenciei... mas tendo-as vivido ou simplesmente presenciado, são relatos de um mundo vasto que vai além do limiar da minha janela.
Não sou mais gaúcha.
Nem paulistana, nem candanga, nem mineira.
Sou uma mulher.
Apenas.
Uma mulher que se permitiu ao longo da vida, ganhar o mundo e dar-se ao prazer de ver seu próprio mundo e seu próprio ser agir e reagir, aceitando a dinâmica da vida, a química das relações que garantem... se duas pessoas interagiram de fato, e se deram de fato à experiência, mesmo que os caminhos divirjam, mesmo que elas se apartem, ao partir, levam uma fração da outra dentro de si e jamais serão novamente o que eram...
Amores que me moviam, continuam eternizados em mim...
Mesmo os que não acabaram assim tão harmonicamente...
Gentes existem em todos os formatos...
Mas eu as separo em duas categorias.
Gente que é mensageira, que chega na tua vida, te entrega algo e parte ao nascer do dia seguinte...
E gente que é mensagem... Que mesmo partindo acaba ficando, mesmo de longe acaba se aquerenciando em um canto especial de você.
Onde tenho andado nos últimos tempos, sou tida como a rainha do bom humor...
Mas como não sorrir diariamente se trago em mim a essência da mensagem de tanta gente boa que, podendo partir, escolheu ficar?
A verdade tem muitas caras... depende de quem a vai avaliar... mas, enquanto no meu mundo, for eu quem vai determinar o que é a verdade, ela será imutável...
E minha verdade mais absoluta e imutável é que sou afortunada por trazer em mim tantas partes diferentes de pessoas presentes ou ausentes, mas que fizeram de mim, exatamente quem sou...
à Bia, pela lição do riso...
Ao Luciano pela do perdão...
à Belmira pela da aceitação...
à Cintia pela da incondicionalidade...
à Bibi pela da crença...
à Denise pela da paciência...
à minha tia Denise pela do valor do reencontro e da familiaridade...
à Roberta pela do amor por extensão...
ao Sergio e ao Luy (e ao Ally, mesmo que já esteja em outro caminho) pela apreciação do que é essência...
à Fernanda pela aceitação do que não posso mudar...
à Marina e Andréia pela lição da ausência de necessidade do recíproco...
Ao Felipe pela lição do amor gratuito
à Clara por me fazer entender essas muitas faces de mim mesma...
Ao Ralph (meu noivo lindo!) pelo que não precisa de raiz pra ser forte e lírico...
à Carla por ser quem é, forte e terna... e doce e corajosa...
Ao Francisco e ao Rogério pela lição da escolha... e a Lola pelo mesmo motivo...
à Sarah pelo que é coragem e companheirismo...
à Nia pelo que sempre foi fraterno e puro
aos Ximendes/Gil por me manterem acreditando que pode funcionar...
À Loba pelo que sempre se fez esperança de plenitude
à Di pelo que é familiar e eterno por simples afinidade
ao Raphael, Gabriel, Tom, Anna, João, Samuel, Kelly, Ana Paula, Simone, Debora, Cynthia, Luana, Lya, Marisa, pela do laço etéreo mas arraigado do que é inerente ao nosso espírito...
Ao Fernando pela crença nas pequenas diferenças que se pode fazer...
Á Cris e Manu pelo que dá prazer por frutificar sempre...
à Nanda pelo que é reconhecimento do outro em si (e vice versa!)...
a Thiago e Sueli pelo que é contrariedade....
à Morrigan e Tathy pelo que é reconhecimento...
às duas Teresinhas pelo que é materno e doce...
ao seu Walter e seu Everton pelo que é exemplo...
à Isadora pelo que é resgate...
à Sammy pq é meu Picachu! 
à Mariana pelo que é perseverança..
à Rosangela por ser meu Zen, meu bem, mas nunca meu mal...
à Thais pq foi ela que me ensinou a ver o que há de belo em mim...
à Mercedes pelo que sempre será recíproco...
à Irene e Eliana pelo que é orgulho e admiração...
à Jana e a Jaca pela lição da eterna graça...
ao Marquinhos por mostrar que o tempo só passa no relógio..
à Rosana pq é um exemplo de força e coragem..
à Jaqueline por ser sempre motivo de sorrisão, mesmo que só por um bom dia...
Ao Deto pq é um exemplo de delicada brandura fantasiada de indignação...
à Simone pq o que vem do nada pode ser tudo...
Ao meu querido GW por ser uma as melhores flores nascida de uma das maiores M* que fiz na vida...
À Emilene pela chance, à Vitória pela aceitação e parceria...
Ao Jairo por me ensinar a apreciar a eloquência do silêncio...
Ao Dj pelo que não precisa nunca pedir perdão e principalmente pela aceitação de quem sou e do que sempre serei... Por me ensinar a amar o amor, muito mais a mim mesma que aos outros... e por amar quem sou quando estou com ele...

Uma colecionadora, um relicário de tudo o que me é grato.. o aprendizado diário de como ser e aceitar o entendimento de uma vivência de eterna tempestade....